Friday, May 25, 2007

Ventríloquo e o Respeito


Estava em casa assistindo a TV quando escuto um barulho de explosão, um barulho forte, como se fosse aquele último estouro do Rojão (o mais forte), logo em seguida falta energia. Como meu vocabulário não é muito limpo soltei aquele “PQP”. Fico decepcionado, todo mundo fica quando falta energia, você fica entediado com uma vela acessa esperando a energia voltar e na maioria das vezes demora a voltar.

Nessa espera você fica imaginando as possibilidades da falta de energia, se foi algum acidente, se foi um transformador que explodiu, se foi um acidente na estação de energia, se foi a Via Campesina que invadiu lá... É os dias de hoje estão complicados companheiro. Com tantas possibilidades você acaba ficando puto, este é o termo ideal.

O que vou fazer então? Vou ligar para a Campânia Elétrica do Estado e perguntar o que houve. Ligo e como toda empresa grande que usa o sistema eletrônico, aquele que diz assim: Se quer fazer uma reclamação aperte 1, se quer falar com um atendente (humano) aperte 2, se deseja verificar o preço da tarifa publica de iluminação aperte 3, se quiser continuar sendo feito de besta aperte o 4 e esta gravação continuará. Lógico que o número 4 não existe foi fruto da minha imaginação. Então aperto 2 para falar com um telefonista, depois de aperto vem uma musiquinha simples e rapidamente estou falando com o ser humano.

Assim que a atendente fala:
- Boa Noite. Atendimento.
Respondo o “boa noite” e descrevo minha situação.
- Boa Noite. Eu gostaria de fazer uma reclamação. Aqui na minha rua está faltando energia, queria saber qual o motivo e se vocês já têm conhecimento dessa falta. – neste momento me sinto um pouco mais cidadão, afinal estou servindo a comunidade. Quando estou pensando nisso a atendente fala.
- Claro Senhor, não somos burros! – isso me assusta afinal apenas perguntei sobre o acontecido e digo.
- Ok! Que bom então. E você sabe a previsão do tempo para solução do problema?
- Não sei não... O senhor, por favor, fique calmo, se não o senhor vai ouvir poucas e boas, Entendeu? Agora me de seu nome e seu endereço.
Fico sem ação depois dessa agressão, afinal estou pagando minha energia.
- Rodrigo Colares, Rua Guarujá 654.
- Obrigada Senhor, saiba que o senhor é um estúpido.
- Ei... Não vou tolerar este tipo de agressão, ainda mais levando em conta que meu tio é ventríloquo.
- E o que isso tem haver senhor?
- Nada minha filha... Só quero que me trate com respeito.


“O desrespeito é tão grande nos dias de hoje.”
Desafio da revista Piauí do mês de março.
PS: Alguém pode me emprestar R$ 7, 90? Assim posso comprar a revista e participar do desafio do próximo mês.
Foto: O ventríloquo americano Edgar Bergen e seu fantoche Charlie McCarthy.

Tuesday, May 22, 2007

Humano.


Fortaleza Bela na foto né?


Dona Maria estava em casa fazendo o jantar de seus filhos, João e Pedro, e de seu marido, Seu Francisco. Enquanto fazia o jantar Dona Maria pensava em quanto gostava de seus filhos e do jogueiro de seu marido, pensando no quanto é bom ter a companhia deles, apesar dos problemas que surgem, todos considerados como “coisa de família”.

Quando escuta a voz de Pedro gritando por ela, dizendo:
- Mãeeee.... Mãeeeee... Corre aqui!
Fica assustada com os gritos de seu filho e corre até eles, quando chega onde os meninos estão brincando ver João no chão chorando. Ela fica desesperada com a situação de seu filho e pergunta:
- Que aconteceu menino?! Que ein?! – João responde:
- Vinha correndo e tropecei mamãe... Meu braço ta doendo muito!
Neste momento Dona Maria pensa no que ela vai fazer, quando Se Francisco chega em casa de seu trabalho. Rapidamente sabe do acontecido por sua mulher e a única saída para o caso é levar a criança no hospital.

Sem automóvel em casa, decidem ir de bicicleta mesmo ao hospital. Em uma bicicleta vão João e seu pai, e na outra Dona Maria e Pedro, todos a caminho do hospital. Chegando lá vêem duas placas, em uma estava escrito “Emergência Adulto” e na outra “Emergência Infantil”. Como João tem 10 anos, sua família vai à direção desta ultima placa. Se aproximando da placa, percebem que há mais crianças na emergência infantil do que adultos na sua emergência. Procuram logo um médico ou uma enfermeira pra ver qual o problema do garoto, durante a procura eles ficam impressionados com a emergência infantil, muitas crianças doentes, virose, gripe, rubéola, febre, crianças desmaiando por causa do calor e nenhuma ventiladorzim pra aliviar, todo tipo de problema e não viam uma pessoa atendendo. Depois de uma espera aparece um enfermeiro e fala:
- Quem ta com virose? – algumas mães levantam a mão, depois outra pergunta.
- Quem ta com problema de osso? – só eles levantam a mão, neste momento ascende uma luz no fim do túnel, quando o enfermeiro responde:
- Espera ai que acho que o médico foi jantar, se der sorte ele atende vocês.

Ficam esperando mais um bom tempo, tendo a paciência testada, quando há neste momento uma soma de todos os problemas, os da escola que os professores não mais aula, os de sua mãe que não recebe os remédios, os da policia que complica mais do que protege, os de sua comunidade, como falta de esgoto, conta de água cara, conta de luz cara, os de seu marido que já foi assaltado mais de cinco vezes, os de sua patroa que trás o Ricardo pra dentro de casa e ameaça ela se contar ao patrão... Enfim um verdadeiro dossiê de problemas neste momento e vai subindo a raiva, a vontade de reclamar, mas ela sabe que uma amiga de uma amiga dela foi reclamar e acabou não sendo atendida, teve que ir para outro hospital para ser atendida.

Depois de 3 horas o médico chega do seu jantar e pôde atender ao seu filho.
"right where it belongs".

Thursday, May 10, 2007

Tudo vai dar em...


"Brasilerum Ridiculare"


Não consigo entender situaçòes como essas e tenho certeza que ninguém as entenderá. Situações completamente ridículas acontece entre nós, e mais uma vez isso não dará em nada, ninguém será preso, ninguém será punido, nada acontecerá. Para completar a situação grande parte da população não está nem ai para o que aconteceu, nem para o que acontece e nem para o que acontecerá.

Quem viu os jornais de hoje, tanto impressos como os televisivos, puderam conhecer o que aconteceu. Mas de qualquer maneira vou-lhes dizer o que aconteceu. Maria Luiza Bezerra de 53 anos, morreu por conta do corte de energia realizado pela empresa de energia cearense (Coelce). Depois de sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) há nove meses atrás, Maria necessitava de aparelhos para a sua sobrevivência e esses aparelhos necessitavam de energia. Ana Cristina da Silva, filha de Maria, não pôde pagar a conta de energia no valor de 204 reais, e por questões desconhecidas do raciocínio lógico e de bom senso, a empresa mandou dois funcionários cortarem a energia da casa. Lógico que os funcionários e a empresa de energia desconheciam que a casa que efetuou o pagamento era de Maria Luiza, mas devia saber, porquea família tinha enviado um Atestado Médico para empresa falando do estado de saúde da senhora, e na hora do corte esse documento sumiu da empresa. Como de praxe, “quem não paga não leva”, saíram da empresa funcionários para a realização do trabalho, o de cortar a energia, chegando lá a família apresentou o atestado que dizia que Maria Luiza necessitava de energia elétrica, o que foi ignorado. Daí a causa da morte da senhora.

Dá para entender isso? Repito: Não consigo entender e tenho certeza que ninguém entende. Para onde foi o bom senso? O que é 204 reais para a única empresa de energia que serve o estado? Uma situação dessas é ridícula.

O dinheiro é que fala. Infelizmente não existe outra, vemos situações como esta e diversas outras que acontecem a todo instante no país. Gente que mata por quantias miseráveis, de dois, de três ou de quatro reais mata-se o outro, a vida não está com o valor baixo. O que vale mesmo é ter dinheiro na mão, com isto você pode fazer o que bem entender. Pichar, Roubar, Matar, Trucidar, Bater em Policial, fazer o que bem entender.

Noticia do jornal Diário do Nordeste:

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=431739

Outra:
O deputado federal Clodovil Hernandes eleito por 500 mil que se dizem eleitores, falou na cara da deputada Cida Diogo que ela não servia nem para ser prostituta, por conta de sua feiúra. Depois de outros merdas que esse senhor falou e fez, não deveria exercer cargo algum. Como uma pessoa pode dizer isso para outra?
“Ele é extremamente insensível, arrogante e que não tem respeito por nada”. Concordo plenamente com esta declaração da deputada Cida Diogo, com certeza pelo pouco que me conheço isso seria elogio perto do que diria a este.

Noticia do jornal Estadão:
ultimas/nacional/noticias/2007/mai/10/386.htm

Outra:
Com a aprovação do reajuste salarial de 28,6%, congressistas, presidente e ministros ficarão com melhor qualidade de vida. Como se já não existe isso. Afinal o gasto com estes senhores é um tanto alto, pois cada um recebe cotas de ajuda em passagem, combustível, verba assistencial e o salário. Juntando isso tudo dá uma quantia muito boa. Lógico que por mês. E há alguns políticos (generalizando) que acham esse aumento razoável, outros dizem que vão dar uma festa e tem outros que dizem que qualquer administrador de empresas ganha 10 mil reais por mês, com certeza este último deve ser grande idiota, ao pé da letra mesmo, aquele que não tem inteligência para conceber as coisas.


Isso tudo em um dia? Não é fácil viver no Brasil.

Sunday, May 06, 2007

A de número 41 vem em dobro.

Novamente

Deixe me mostrar o meu outro lado, aquele que muitas vezes fica no oblívio, na sombra de minha personalidade. Essa parte exige alguns goles de paciência de sua parte, e com certeza alguns da minha também. Como temos provado muito de nossas partes tolerantes, aquelas que mais colocamos em pratica social. Por que não deixarmos na penumbra essas partes tão usadas e por em uso um pouco de nossa sombra? Que tal deixarmos nossa chama entrar em prosa?

Devemos reconhecer que a adolescente incerteza entre nós, baniu qualquer outro pensamento comum, aumentando a luz em nossa tolerância e consequentemente aumentando a obscuridade. Sei da nossa ligação, sei que podemos reconstruir, sei que através de nos mesmos podemos concertar tudo que destruímos. Sei que podemos encaixar os pedaços de volta.

Vou colocar os 46 pra falar!

Cada vez mais sobe a vontade de não agradar. Você deve estar querendo saber o porquê dessa crescente vontade. Por causa da seguinte situação; muitas vezes quando agradamos, estamos querendo fazer algo pelos outros que estão a nossa volta, e isso nos faz ver quem deixamos para trás, ou seja, você mesmo se deixou para traz. Sei que agradei muito outras pessoas, e hoje vejo o quanto perdi por causa desses agrados. Por que tem que ser assim? Você tem de ser amado por conta que fez isso ou aquilo, ou porque faz. Por que as pessoas que estão ao nosso redor não podem amar você por quem você é? E ainda há mais, mesmo fazendo os agrados, ainda estamos sujeitos a critica e a certos desmerecimentos.

Em fim, isso me cansou bastante. Sinto cada vez mais um monstro crescendo dentro de mim, e com certeza vou solta-lo. Portanto vale dizer: A época mais feliz de nossa vida é aquela em que assumimos o que há de ruim em nos mesmo.


"All your dreams are over now and all your wings have fallen down."
*Trecho da música Dreams do CD Desperate Youth, BloodThirsty Babes do Tv On The Radio.

Thursday, May 03, 2007

Este leva o título do blog.


:Epizona:


Quando penso que sei tudo sobre você, você me surpreende. Não sei se isso é proposital, mas sempre consegue me surpreender. Você foi a única pessoa que conseguiu me levar para onde nunca tinha ido e como de sua pratica conseguiu me deixar neste vazio. Apostei em você, dividi momentos cheios de belos sentimentos que se tornaram dolorosos com o passar do tempo, não posso permitir que esses espaços fiquem preenchidos com sua imagem e meu velho sentimento, tenho que olhar para debaixo do meu nariz e ver quem merece o que te dei.

Talvez seja de mim machucar as pessoas que amo, talvez nossa equação tenha sido mal resolvida, talvez tenha faltado mais comunicação... Ahhh podemos arranjar tantos talvez, mas tantos que essa situação ficaria mais ridícula, seria bem melhor nos contentar com o apenas não deu. Ser simples em algo tão difícil. Tornamos-nos frios e silêncios, sem sentimento comum, o que deveria existir entre nos dois.

Lembro que estávamos juntos e que nada nos separaria, que o mundo podia partir em dois, que sempre estaríamos com as mãos segurando bem firme... Mas isso passou. Tudo parecia tão forte e tão duradouro, e isso foi se destruindo aos poucos. Lembro que escutava muito baixo, ela me avisava o que estava por vir... Não dei ouvido, reconheço que ela aumentava o volume de vez em quando, parecia preencher todo o ouvido e muitas vezes tomar de conta de toda minha percepção, não liguei, fui cabeça dura.

Devia ter dado ouvido a essa sirene, devíamos ter resolvido nossa equação, devíamos ter nos reconstruído... Devíamos ter feito tanto, mas...

O que podemos dizer?

*Imagem; Alex Grey - arte do álbum 10.000 Days do Tool.