Monday, September 24, 2012

A Proibição dos Bigodes

Proibido! 

- EI, VOCÊ! TEM QUE TIRAR O BIGODE! AGORA! Eu disse: AGORA PORRA! VAMO!! 
Será que estou sonhando?! Olhei e duvidei se estava sonhando. Era mesmo um Policial Militar exigindo a retirada desses pelos inocentes do meu rosto?!?! O pensamento pacifista foi: "Poxa, mas compõe tão bem o visual". O pensamento revoltado foi: "Tiro é porra! Nem pau! Vá se fuder!". O pensamento... Pensei tantas coisas que minha reação foi: 
- Calma, peraí! Peraí, Calma! Não, não, vamo conversar aqui. Qual é?! 
- TEM CONVERSA NÃO PORRA! TIRA O BIGODE OU VAI DORMIR EM CANA, VAMO CARALHO! VAMO PORRRRAAAAAAAA! 
Pensei cá comigo e meus botões: "Esse bigode representa os meus ideias, cara. Não posso simplesmente retirar-los porque alguém quer. Não, isso não vai ser assim! Não vão tirar meu bigode!" E isso, foi como se algo, um sentimento, uma faísca de energia, algo extraordinário papocou em meu corpo e uma posição corajosa tomou conta do meu ser. E mandei para esses porcos: 
- Olha aqui meu senhor, eu não vou tirar o meu bigode. Definitivamente, não vou. 
Ao fundo, escuto um outro falando no rádio. 
- Atenção Central, Atenção Central. Aqui na Rua Augusta, um homem na faixa dos 30 anos, mais ou menos 1 metro e oitenta e cinco, está resistindo a aplicação da nova Lei 100.414 - 98 - Que proíbe o uso do bigode na cidade de São Paulo. Solicitando Procedência. Equipe em Aguardo. 
Eles trocaram olhares como dois rottweilers indignados, putos da vida, espumantes pela boca, raivosos, loucos para atirar em meu nobre bigode e ficaram esperando a solicitação para proceder comigo. Imaginem só, caros amigos. Solicitando Procedência para agir comigo?! Logo eu, um ser regrado a paz, um cearense de poucas palavras e de amor imenso no coração. Pensei na causa. O que poderia ser? Qual era o motivo motor da proibição dos bigodes? Claro, sou inocente demais para esta sociedade. Eles, eles lá, são especialistas em dar motivos. Dão motivos ordinários, medíocres, proibindo sarau, sopa na rua... Já proibiram de tudo. Tudo sobre motivos, ordens, ações, em cima da palavra limpeza, da palavra revitalização e outros com significados distorcidos. Por que isso? Talvez, um amigo do Prefeito ou do Governado ou do Presidente, de alguém com costas largas, esteja abrindo uma grande rede de barbearia e precisa de uma ajuda, daquela mão, daquele gostosíssimo subsídio ou daquele incêndio. 
- Rodrigo, Peraí pô! E aí cara?!?! E o bigodão?!?!
- Acho que tava dormindo na hora, acordei suado... Tá FODA, viu?! Pooxxaaa.... 

music non stop: Radiohead - Hail to Thief 

Saturday, September 15, 2012

A Pedra Púrpura


Acho que chegou a hora de dar esse toque. Se você não entende a representação metafórica da palavra toque, não me preocupa. Quero apenas dizer algumas palavras de incentivo, de alerta, um toque de amigo. Se um dia você se deparar com uma pedra púrpura, não pule sobre ela, não a tire do lugar e nem faça nada com ela. Apenas... Leia, Leia. Isso aconteceu comigo, me deparei com essa aparição e fiquei petrificado com o que vi diante de meus olhos. Para começar, não entendi nada. Vi aquela pedra, aquela rocha, perto do mar, estava no Cumbuco e não sabia o que fazer com aquilo. Estava sozinho, andando pela praia, apenas andando e me deliciando com a beleza natural e de repente... TRÁÁÁ. Uma pedra púrpura. Fiquei observando, era uma pedra enorme, tentei mexer ela de lugar e minhas forças foram ineficientes. Zero deslocamento da pedra, como dizem na Física. O que eu podia fazer era sair de perto, podia ter um dono e hoje quem é dono de alguma coisa pode superproteger seus bens e pode complicar. Você entende a superproteção que falo, não é?! Na verdade e de novo, não me interessa se você entende ou não. Estou contando o que aconteceu comigo, também não entendi. Que porra de pedra é essa? Realmente, não sei, não conheço, meu pai é professor de Geografia e nunca ouvi ele falar algo sobre pedras púrpuras no litoral cearense. Seria interessante debater isso com alguém mais informado sobre tais pedras (se existir), afinal, ela brilhava timidamente e me fascinava. Me fascinava. Me deixava atônito. Feliz. Surpreso. Com tesão. Fiquei nu sim. E fácil. Para onde eu estava indo? O que ela fez comigo? De qualquer maneira, tinha que levar essa pedra comigo. Pelo fascínio, por eu ter achado, encontrado, ela devia ser minha e só minha. Então, o que fiz? Pensei do alto da minha inocência: "Rapaz, eu tenho força pra levar essa pedra escrota comigo!". Respirei fundo, agachei, coloquei meus braços em volta e fiz força. Fiz toda a força que pude, tentando mexer ela e... Nada. "Ei, há um buraquinho nela aqui..." e fui colocando a mão. CHÍÍÍÍÍÍIÚUUUUUUUUUUUUURRRRR. Tudo ficou numa mistura de cores e então acordei ao seu lado, aqui na praia, no Cumbuco, na natureza, na praia, nus. 

music non stop: Grace Jones - "Love is the drug for me"

Tuesday, September 11, 2012

"Forte praia, minha cidade"


"Eu tenho a mãe que aperreia, eu tenho o Sol e Areia
Eu sou da América, sul da América, South America
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeira, eu sou do Ceará"
Terral por Ednardo

Caminho para Porto das Dunas

Um pedaço de Chico Ribeiro

Aquiraz

Aquiraz

Pé Bugre

Outro de Chico Ribeiro

À Margem

Coqueiros Messejanenses 

Os mesmo Messejanenses

...a que não foi feita no Ceará.

Mar - Aquiraz

Aquiraz, né?

music non stop: Ednardo - Terral e Beira-Mar