Saturday, August 05, 2006

Camisa Azul e Camisa verde: "Begins"

- Tá Marcado! – falou minha mãe. Sem entender do que se tratava perguntei:
- O que ta marcado? – ela falou:
- A extração do seus dentes meu filho.
O tremor nas pernas da juventude batera na minha porta, difícil é aquele que escapa dessa famosa experiência. Antes de ela ter me falado pensava na extração sim, mas era um pensamento distante, como se essa experiência fosse algo longe de mim, que não pudesse se torna minha realidade. Então pensei, mais cedo ou mais tarde vou ter que tira-los, todo mundo tira e sobrevive pra contar, apesar das historias sobre extração desses dentes que nascem com um propósito, nascem para serem tirados, ou seja, é um propósito desnecessário. As historias contadas sobre a extração desses não são boas, as vezes você chega para falar com um amigo que já tirou e diz: - Cara eu vou tirar os “cisos” - na mesma hora ele diz: - Égua! Chato demais! Talvez uma reação assim seja a mais educada, seja a mais superficial, pois a maioria reage com expressões faciais horríveis, de dor, de desgosto, de pura indignação com esses dentes.
Então com aquele pensamento pertinente, “ter que tirar os dentes é de lascar”, aquilo me atormentava, era como estar apaixonado e lembrar da amada a todo instante, dos seus lábios macios, sua pele lisa, aquele rosto a rosto, todo o toque intimo, o cheiro do pescoço, todo aquele carinho e amor passado entre os dois, MAASSS não era da sensação e sim da pertinência do pensamento, não posso cometer esse crime de comparar a extração de dentes com a pessoa amada, por favor, não pensem nisso, posso escrever mal, mas não farei isso.
E minhas férias assim foram passando, toda aquela alegria das férias, toda aquela liberdade, o shopping sem compromisso, aquele banho de mar necessário, aquele encontro com amigos, a saída com a talvez amada, conhecer um lugar não muito agradável, a desilusão no amor, e lá no alto, acima de tudo, o pensamento, o tormento, o inútil, o infeliz dente “ciso”, que aparecia sempre como um convidado desnecessário, como um penetra em todo momento de prazer, lógico, que ele não destruía o momento, ele apenas era um chato presente.
Passando o tempo e cada vez mais perto da extração, minha ansiedade tomava conta de tudo, o crescendo tomava conta de mim, não conseguia pensar mais em outra coisa, nem em música, nem em sopa, só na extração, e quando chega perto de algo você fica com dois desejos, um de chegar logo e tirar logo os dentes, acontecer de uma vez e pronto, e o outro de algo acontecer e você não precisar mais tira-los, e de fato, nem um nem outro acontecerá, pois o tempo não vai passar rápido e o que irá acontecer pra você não tirar os dentes? Difícil a resposta.
Finalmente Dia 26, acordo...

3 comments:

Heloísa Pinheiro said...

Pensamentos interventivos. extração x paixão.
Digamos que tal comparação não poderia ter sido melhor!
O primeiro dói só de pensar. O segundo só de pensar dói (dor diferente, atraente..)
Enfim.. continuo aqui na espreita!
.*

Anonymous said...

cade o resto homi??
que suspense..
quero ler o resto!! :b

Anonymous said...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu