Friday, February 17, 2012

Pedrola, irmão de Mazé, virou piada em Messejana.

Ou como Mazé se revelou no maior filho da puta de todos os tempos.

- Olha, não vou poupar você! Ele chamou você de fela da puta, baitola, papangu e corno. E mais, disse que comeu sua mulher três vezes. - afirmou Mazé para Pedrola seu irmão.
- Bicho, você sabe que o Chico da Marta não vale nada! Lembra do que aconteceu com ele mês passado? Ele tá incapacitado!
Pedrola dúvida do irmão e acredita na incapacidade inexistente de Chico da Marta e sorrindo estoura a boca do balão: - E quer saber Mazé? O Chico da Marta é um brocha! Não come ninguém! A irmã da minha Deusinha namorou ele e revelou segredos do 'filho (FÍ) da Marta'. - Mazé ouve aquilo, pensa e silencia. Seu pensamento era violento demais para os ouvidos de Pedrola.

Alguns meses depois, Pedrola perde o emprego, perde sua Deusinha e conhece todos os bares de Messejana. Fama que acaba com a honra de qualquer ser vivo. Pedrola ficou conhecido simplesmente como "O Corno". Não era somente "Corno", era sempre acompanhado do artigo "O". Então, por onde passava alguém comentava baixinho entre os amigos. "Aquele lá ó, tá vendo? É 'Ocorno' da Deusinha". Às vezes, claro, alguém gritava sem dó, nem compaixão: "Fala o seu 'Ocorno!". Era realmente difícil.

 O que Pedrola não sabia era que seu incomodo apelido tinha sido dado por seu amado irmão Mazé. E mais uma vez, Mazé, era esculhambados por todos. Mais uma vez ele era o messejanense mais odiado. Era chamado de "Fela da Puta", de "escroto" e de vários outros nomes impublicáveis. Porém, isso era fama antiga do irmão de Pedrola.

Então, um belo dia Pedrola chama Mazé para um de 'seus' bares e começa a falar do sofrimento que enfrenta, desabafa por horas, por cervejas e por to-da-a-no-i-te. Já amanhecendo, a experiência em ser ruim se revela novamente. A mente quase criminosa de Mazé imagina: "Rapaz, eu devia falar agora pra ele que quem deu esse apelido de 'Ocorno' pra ele fui eu, num é?". Oura, em milésimos de segundos ele confessa tudo para o irmão:
- Pedrola, cara... Tenho que te falar uma coisa? - Pedrola embriagadissimo responde amorosamente.
- Mazé, você é O cara desse bairro. Você pode falar tudo, me conte! - Neste momento a maldade de Mazé sorri e ele diz:
- Pedrola, fui eu cara. Fui eu que coloquei esse apelido em você... Eu não queria mesmo, sabe irmão Foi a minha língua, pensei na hora, no calor da brincadeira entre os amigos. Nunca quis frescar com você! Longe de mim!

Pedrola ouve e pensa em tudo que teve que enfrentar, em todas as hmilhações, nos lugares por onde passou e foi recebido como O Legitimo Corno do bairro, só então Pedrola concebe todo o sofrimento e cai em um choro de séculos, talvez engasgado por tudo que vem acontecendo. E Mazé ali na frente do irmão, comovido o abraça fraternalmente e pensa mais uma vez em silêncio: "Égua, Pedrola além de corno é chorão".

*História da série inédita e desconhecida do público brasileiro. Já no maior bairro do Mundo é diferente. 

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