Wednesday, January 30, 2013

A falta que você me faz

...ou O Expresso da Messejana

"Um relato de um jovem chinês messejanense que pelos ofícios da sociedade morre de saudade do seu amor" 

É o ônibus mais triste que alguém pode pegar. Pelo menos, é o que penso toda vez que dou sinal a esta condução. (Estou certo escrevendo assim "a esta condução"?) Estou acima de certo ou errado, estou falando da tristeza que levo para o meu amado bairro. Começo descendo a 13 de Maio, vou procurando para onde olhar sem você por perto, vou procurando onde segurar sem você por perto, vou procurando o que falar sem você por perto, vou procurando e procurando... Acho que quem me ver, deve pensar: "Este rapaz parece triste, não?". Quero que saibam que esta expressão corporal é momentânea. Me encontro na Felicidade. Na maior Felicidade que já vi e vivi neste mundo. Dentro dela, tomando banho e me esbaldando, me lambuzando de felicidade. No entanto, durante a descida desta célebre avenida um outro sentimento toma de conta. (Pensei que tristeza fosse pesado usar. Não é!) Vou prevendo a sua ausência. Já vejo a saudade, já vejo a saudade pintar tudo de azul escuro. A saudade que vai crescendo ao longo da BR-116 que corta este país, que corta meu coração de saudade. Um corte de saudade. Como diria João: "Outra vez sem você, outra vez sem amor, Outra vez vou sofrer, vou chorar até você volta". É, "Ninguém sabe o que é que eu sinto com você longe de mim". Deixei minha alegria, minha felicidade, meu amor quarteirões acima. Rumo a Avenida da Universidade. Não tenho como sentir outra coisa dando sinal para adentrar nesta condução de número quase infernal, 650. Esta que me leva para longe, para longe de você, que me leva para onde contarei todos os segundos do retorno a você, para onde o tempo não passa, para onde apenas posso imaginar o fogo, o fogo doce que nos envolve, onde morrerei mais um pouco ao ter dito 'tchau', onde estarei desejando você, desejando e desejando e desejando e desejando e desejando...




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