Thursday, May 03, 2007

Este leva o título do blog.


:Epizona:


Quando penso que sei tudo sobre você, você me surpreende. Não sei se isso é proposital, mas sempre consegue me surpreender. Você foi a única pessoa que conseguiu me levar para onde nunca tinha ido e como de sua pratica conseguiu me deixar neste vazio. Apostei em você, dividi momentos cheios de belos sentimentos que se tornaram dolorosos com o passar do tempo, não posso permitir que esses espaços fiquem preenchidos com sua imagem e meu velho sentimento, tenho que olhar para debaixo do meu nariz e ver quem merece o que te dei.

Talvez seja de mim machucar as pessoas que amo, talvez nossa equação tenha sido mal resolvida, talvez tenha faltado mais comunicação... Ahhh podemos arranjar tantos talvez, mas tantos que essa situação ficaria mais ridícula, seria bem melhor nos contentar com o apenas não deu. Ser simples em algo tão difícil. Tornamos-nos frios e silêncios, sem sentimento comum, o que deveria existir entre nos dois.

Lembro que estávamos juntos e que nada nos separaria, que o mundo podia partir em dois, que sempre estaríamos com as mãos segurando bem firme... Mas isso passou. Tudo parecia tão forte e tão duradouro, e isso foi se destruindo aos poucos. Lembro que escutava muito baixo, ela me avisava o que estava por vir... Não dei ouvido, reconheço que ela aumentava o volume de vez em quando, parecia preencher todo o ouvido e muitas vezes tomar de conta de toda minha percepção, não liguei, fui cabeça dura.

Devia ter dado ouvido a essa sirene, devíamos ter resolvido nossa equação, devíamos ter nos reconstruído... Devíamos ter feito tanto, mas...

O que podemos dizer?

*Imagem; Alex Grey - arte do álbum 10.000 Days do Tool.

1 comment:

Rafaela Leite said...

"Asa da palavra, asa parada agora
Casa da palavra, onde o silêncio mora"
"Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo."

É, é muita palavra pra muita coisa. Fica difícil comunicar o certo, o bom, a vontade. E as coisas vão passando, mutantes, alguns crescendo incompletos, outros cegos. É muita coisa pra ser dita, e a preguiça de entender, muita.

"O que podemos dizer?"