Tuesday, May 22, 2007

Humano.


Fortaleza Bela na foto né?


Dona Maria estava em casa fazendo o jantar de seus filhos, João e Pedro, e de seu marido, Seu Francisco. Enquanto fazia o jantar Dona Maria pensava em quanto gostava de seus filhos e do jogueiro de seu marido, pensando no quanto é bom ter a companhia deles, apesar dos problemas que surgem, todos considerados como “coisa de família”.

Quando escuta a voz de Pedro gritando por ela, dizendo:
- Mãeeee.... Mãeeeee... Corre aqui!
Fica assustada com os gritos de seu filho e corre até eles, quando chega onde os meninos estão brincando ver João no chão chorando. Ela fica desesperada com a situação de seu filho e pergunta:
- Que aconteceu menino?! Que ein?! – João responde:
- Vinha correndo e tropecei mamãe... Meu braço ta doendo muito!
Neste momento Dona Maria pensa no que ela vai fazer, quando Se Francisco chega em casa de seu trabalho. Rapidamente sabe do acontecido por sua mulher e a única saída para o caso é levar a criança no hospital.

Sem automóvel em casa, decidem ir de bicicleta mesmo ao hospital. Em uma bicicleta vão João e seu pai, e na outra Dona Maria e Pedro, todos a caminho do hospital. Chegando lá vêem duas placas, em uma estava escrito “Emergência Adulto” e na outra “Emergência Infantil”. Como João tem 10 anos, sua família vai à direção desta ultima placa. Se aproximando da placa, percebem que há mais crianças na emergência infantil do que adultos na sua emergência. Procuram logo um médico ou uma enfermeira pra ver qual o problema do garoto, durante a procura eles ficam impressionados com a emergência infantil, muitas crianças doentes, virose, gripe, rubéola, febre, crianças desmaiando por causa do calor e nenhuma ventiladorzim pra aliviar, todo tipo de problema e não viam uma pessoa atendendo. Depois de uma espera aparece um enfermeiro e fala:
- Quem ta com virose? – algumas mães levantam a mão, depois outra pergunta.
- Quem ta com problema de osso? – só eles levantam a mão, neste momento ascende uma luz no fim do túnel, quando o enfermeiro responde:
- Espera ai que acho que o médico foi jantar, se der sorte ele atende vocês.

Ficam esperando mais um bom tempo, tendo a paciência testada, quando há neste momento uma soma de todos os problemas, os da escola que os professores não mais aula, os de sua mãe que não recebe os remédios, os da policia que complica mais do que protege, os de sua comunidade, como falta de esgoto, conta de água cara, conta de luz cara, os de seu marido que já foi assaltado mais de cinco vezes, os de sua patroa que trás o Ricardo pra dentro de casa e ameaça ela se contar ao patrão... Enfim um verdadeiro dossiê de problemas neste momento e vai subindo a raiva, a vontade de reclamar, mas ela sabe que uma amiga de uma amiga dela foi reclamar e acabou não sendo atendida, teve que ir para outro hospital para ser atendida.

Depois de 3 horas o médico chega do seu jantar e pôde atender ao seu filho.
"right where it belongs".

1 comment:

K. said...

Mas o hospital era público? Se isso acontece em particular, imagina em publico..Sei lá, esse mundo é uma droga mesmo, sabia.
Quero ser abduzida